O
Cine POP, site sobre cinema, comenta produções do audiovisual. O colaborador
recifense, Wilker Medeiros, comparece as salas de cinema e festivais nacionais para
acompanhar os lançamentos. O site conta com mais dois colaboradores, um de São
Paulo e o outro de Curitiba.
Wilker, como você analisa o momento
do cinema pernambucano?
O
cinema pernambucano, sem duvidas, vive hoje o seu melhor momento. Desde a
década de 90, quando os cineastas Paulo Caldas e Lívio Ferreira realizaram o já
clássico ‘O Baile Perfumado’, fazendo renascer o verdadeiro cinema brasileiro, novos
diretores apareceram e cada vez mais pessoas se interessam pela sétima arte. E
com essa chegada, muitos títulos, de qualidade indiscutível, vêm sendo
lançados.
O que você achou do documentário
Rio Doce CDU de Adelina Pontual exibido no Cine PE deste ano?
Achei
‘Rio Doce/CDU’ um documentário realmente interessante. É artisticamente muito bem realizado e possui
um humor genuíno. Essa questão de tornar o ônibus num personagem que passa por
várias cidades histórias de Pernambuco, e retratar, de forma tão verdadeira, a
cultura de cada uma, foi algo esplendido, por parte da Adelina.
Que longa gravado e produzido no
Estado você mais gostou?
Ah,
essa realmente é uma pergunta complicada. Tem muita coisa boa aqui. Porém, o
meu favorito é ‘Febre do Rato’. Aliás, um dos melhores filmes que vi em toda
minha vida. Um longa que traduz bem a nossa realidade, que grita por mudanças e
que imprime todas as características do cinema marginal de Glauber Rocha e
Nelson Pereira. O Cláudio Assis é hoje, certamente, um dos melhores diretores
do Brasil.
Em sua opinião, o filme O Som ao
Redor, de Kleber Mendonça conseguiu retratar a vida da classe média Recifense?
Olha,
sobre O Som ao Redor, não acho que a intenção tenha sido essa. O filme é na
verdade extremamente universal e Recife nele inexiste. Não que isso seja algo
negativo, pelo contrário, creio que o filme do Kleber seja a obra mais
grandiosa do cinema nacional dos últimos anos, do ponto visto técnico. Ele conseguiu analisar e expor com maestria os
conflitos sociais e intrigas da humanidade, tendo total domínio de linguagem
visual. Não é pra qualquer um.
Você acredita que os pernambucanos
estão despertando curiosidade pelas produções regionais?
Acredito
que os pernambucanos estão tomando um pouco mais de interesse por nossos
filmes. Porém, de uma maneira bem discreta. E o principal culpado disso tudo
são as distribuidoras nacionais que não dão espaço para o nosso cinema crescer
e para outras pessoas conhecerem a nossa verdadeira arte. Ainda há muito a se
evoluir.
Você gostaria de acrescentar mais
alguma coisa?
Gostaria
apenas dizer que o público brasileiro passe a acreditar mais no cinema nacional
e vá à procura de produções feitas por profissionais que amam a sétima arte e
quer vê-la crescer.
Link do Cinepop: http://cinepop.com.br/
Por Millena Araujo
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